sábado, 10 de novembro de 2007

Alimentos Transgénicos, Ameaça ou Benção?




Dado que as plantas são imóveis e incapazes de produzir anticorpos para se defenderem dos vírus e bactérias, são frequentemente atacadas por doenças e outros insectos que destroem grande parte das destinadas à alimentação.
Em 1978, o grupo Genentech associa-se a Hoffmann La Roche Farmacêutico, de onde nasce a ideia de criar produtos resistentes às pragas e microrganismos, recorrendo à manipulação genética em laboratório das suas sementes, evitando, desse modo, o uso de pesticidas e outros químicos. O mecanismo de Hibridação[1] da alcachofra-rato é um exemplo: colocou-se um vírus num rato e este iniciou um processo de defesa, produzindo anticorpos. Identificaram-se os genes dessa resposta imunitária, modificaram-se e introduziram-se nas células das plantas por meio de outro microorganismo, sendo a planta activada contra o vírus, obtendo-se uma alcachofra-rato.
Segue-se o exemplo da planta-escorpião, em que o gene que controla a produção do veneno mortal do escorpião foi incorporado na planta de modo a que esta seja imune aos ataques dos insectos.
O vírus da varíola deforma o pêssego, desse modo, há já frutos vacinados contra este vírus.
Nos estados unidos já existe um tomate no qual se introduziu uma enzima responsável pela degradação da petina, a qual evita o amolecimento, mantendo-o mais fresco e por mais tempo À venda.


Também já existe um milho capaz de eliminar as larvas piraustas.


Porém, além da manipulação genética permitir conservar todas as qualidades e composição química dos produtos naturais e o ADN modificado ser destruído após a cozedura ou a digestão, os OGM apresentam vários inconvenientes:
- Espécies nunca dantes vistas, resultantes da recombinação de genes realizadas pelo Homem, iriam ser introduzidas na Natureza.
- Consequências a longo prazo (devido às transferências de genes entre animais e plantas) para a saúde humana, como por exemplo provocarem reacções alérgicas.


Um dos argumentos utilizados na defesa dos OGM é de que só com alimentos deste tipo será possível combater a fome mundial. Ora, um exemplo de uma situação que ocorreu na índia com o algodão BT contraria totalmente essa ideia. esse algodão possui um gene resistente a um tipo de praga endémico.
Aos agricultores indianos, que abandonaram a agricultura tradicional aliciados pelo lucro que iriam obter do algodão, foi-lhes facilitado financiamento para a compra das sementes modificadas pela Monsanto(maior empresa do ramo) que lhes granatia o escoamento da produção.


Contudo, verificou-se que afinal o algodão não era tão imune às pragas como os patrocinadores afirmavam e tiveram de recorrer a um crédito mais caro.


Mais tarde , uma praga ataca as raízes do BT e destrói uma colheita inteira, vendo-se os indianos sem produção e com enormes dívidas. Com isto, acabam por ter de mover-se para cidades com as suas famílias, juntando-se aos milhares de famintos, muitos deles, vítimas da mesma situação, já que não podem aproveitar as terras visto que os solos se encontravam contaminados e estéreis. Outros acabam mesmo por se suicidar.


Até que ponto os transgénicos podem combater a fome no mundo?

No ano de 2005, 150 000 000 de empresas dedicaram-se aos processos transgénicos.
No futuro, talvez se tornará possível encontrar no nosso prato uma alface-cavalo ou uma castanha-macaco, cabe-nos a nós optar pelo seu consumo ou não, já que é obrigatório vir discriminada a designação de PRODUTO GENETICAMENTE MODIFICADO nas embalagens dos mesmos.

Uma observação final, se os transgénicos não causassem realmente perigo para a saúde humana, porque seria necessário colocar rótulos nos produtos geneticamente modificados?

[1] Hibridação à processo de cruzamento entre animais ou plantas de duas espécies diferentes ou de duas variedades da mesma espécie.

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